Fonte: UOL - 09/06/2009
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil caiu 0,8% no primeiro trimestre em relação aos três meses imediatamente anteriores e 1,8% sobre igual período de 2008. O resultado confirma que o país está em recessão, já que no quarto trimestre, a economia brasileira contraiu-se 3,6%.
Os dados foram divulgados nesta terça-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em valores correntes, PIB do 1º trimestre somou R$ 684,6 bilhões.
O resultado veio acima das expectativas. Pesquisa com 25 economistas realizada pela Reuters apontava que as projeções variavam entre -1,2% e -3,8%; a mediana das previsões ficou em -2,6%.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos em um país durante certo período. Isso inclui desde o pãozinho até o apartamento de luxo. O indicador é medido de três em três meses e no fim do ano.
Recessão ocorre quando a atividade econômica (produção, consumo, emprego) está em baixa. A crise econômica global está causando recessão em diversos países do mundo, inclusive nos ricos.
Uma indicação adotada internacionalmente, embora não seja unânime, para definir se há recessão é a queda do PIB em dois trimestres seguidos.
Na comparação com o quarto trimestre, a maior redução ocorreu na indústria (-3,1%), seguida pela agropecuária (-0,5%), enquanto os serviços apresentaram elevação de 0,8%.
Pelo lado da demanda, o consumo das famílias teve crescimento de 0,7%, após variação negativa de 1,8% no trimestre anterior. Os gastos do governo subiram 0,6%. Já a formação bruta de capital fixo (FBCF, o mesmo que investimento) caiu 12,6% no primeiro trimestre de 2009, a maior redução desde o início da série nessa base de comparação (1996).
Os componentes do setor externo também apresentaram queda. As exportações de bens e serviços recuaram 16% e as importações de bens e serviços caíram 16,8%.
2º trimestre melhor
Os analistas acreditam que o PIB volte a registrar taxas positivas no segundo trimestre. "Já devemos ter crescimento, mesmo porque a base de comparação é bem fraca", afirmou Silvio Campos Neto, economista-chefe do Banco Schahin.
A força dessa expansão deve ser a mesma que começou a melhorar no primeiro trimestre: o consumo, tanto das famílias quanto do governo.
"O consumo das famílias deve ser o fator principal de expansão do PIB nos próximos trimestres. No fechamento do ano, o consumo deve encerrar com alta de 1,56%. Se compararmos com o crescimento de 5,4% do ano passado, é uma desaceleração forte. Porém, não chegará a uma queda justamente pelo auxílio das medidas do governo e da melhora na liberação do crédito bancário", diz Marcela Prada, analista da Tendências consultoria.
Após quatro semanas de queda, a projeção para o PIB no final do ano voltou a melhorar, segundo o boletim Focus desta semana. O documento mostra que os analistas esperam que a economia brasileira termine 2009 com retração de 0,71%. Na semana anterior, a estimativa era de queda de 0,73%.
Otimismo não é compartilhado
Apesar da crença na rápida recuperação, o Fundo Monetário Internacional (FMI) espera uma retração de 1,3% para o PIB brasileiro neste ano, o que seria o pior resultado dos últimos 19 anos.
Em 1990, a economia brasileira encolheu 4,35%. Para 2010, a expectativa é de recuperação, com crescimento de 2,2%.
terça-feira, 9 de junho de 2009
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