Fonte: Valor Econômico
Com a melhora dos indicadores econômicos e os sinais de que a crise econômica ficou para trás, as empresas ligadas ao setor de consumo estão acelerando os planos de expansão e retomando o interesse por aquisições neste segundo semestre. Ao longo dos primeiros seis meses do ano, ao contrário, a preservação do caixa era preocupação predominante nos discursos dos executivos. Agora, porém, como gastar o dinheiro já voltou a fazer parte da pauta de reuniões.
Segundo Carlos Asciutti, sócio da área de fusões e aquisições da Ernest & Young, a procura por negócios voltou com força neste terceiro trimestre, após uma queda de 40% no número de transações na primeira metade do ano.
Em alguns segmentos, entre eles o varejo e a indústria de bens de consumo, a expansão do PIB tem um efeito multiplicador, o que faz com que o interesse seja ainda maior por aquisições . Nesse mercados, as vendas costumam crescer acima da economia de forma geral devido à concessão de crédito e à expansão da renda, explica Asciutti .
Uma pesquisa feita pela Ernest & Young com 40 fabricantes globais de produtos de consumo mostrou que esse setor está saindo mais cedo da crise que outros segmentos. Quase a metade das indústrias de bens de consumo - 46% mais precisamente - já sentiu uma melhora nos negócios ao longo dos últimos 12 meses, de acordo com o levamento, que foi divulgado na semana passada. Esse percentual cai para 35% quando consideradas as empresas de todos os setores.
Entre as varejistas que já sinalizaram que vão acelerar a expansão estão a Renner e a Lojas Americanas. A Renner comunicou recentemente que vai abrir 10 lojas neste ano, duas a mais do que havia previsto inicialmente. Neste segundo semestre, a varejista de vestuário programa inaugurar cinco unidades, chegando a 120 filiais até dezembro.
Em entrevista concedida ao Valor em agosto, o diretor financeiro da Lojas Americanas, Roberto Martins, afirmou que a empresa está mais otimista, mas que já não daria mais tempo para abrir um número muito maior de unidades ainda em 2009. No máximo, a companhia conseguiria inaugurar duas ou três lojas a mais. A Americanas abriu quatro lojas no primeiro semestre e prevê inaugurar outras seis nesta segunda metade do ano.
Segundo Sergio Citeroni, sócio da Ernest & Young no Brasil, as empresas globais de bens de consumo já estão elaborando estratégias pós-crise. E um dos aspectos que chama a atenção é o forte interesse de se expandir em mercados emergentes: 41% das empresas consultadas disseram que têm planos de fazê-lo.
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