Fonte: Valor Econômico - 13/05/2009
Ao ver superadas as já promissoras expectativas de desempenho na crise, a Hypermarcas deverá retomar antes do planejado a estratégia de crescimento via aquisições. Após dizer, em novembro último, que 2009 seria um ano de consolidação dos negócios existentes, o presidente da Hypermarcas, Claudio Bergamo, já admite a possibilidade de voltar às compras durante o segundo semestre.
Os resultados apresentados nos três primeiros meses deste ano atestam o fato de que o setor brasileiro de bens de consumo vem passando quase imune pela crise financeira internacional. Com a receita crescendo acima das expectativas, a Hypermarcas acredita que irá gerar caixa suficiente para baixar os indicadores de endividamento, o que possibilitará a realização de novas aquisições no mercado.
Atualmente, a companhia tem uma dívida líquida de R$ 1,1 bilhão, o que representa 2,8 vezes a geração de caixa dos últimos 12 meses, hoje em R$ 380 milhões. Com os negócios aquecidos, a expectativa da empresa é reconduzir rapidamente esse indicador para baixo de 2,5 vezes, patamar considerado confortável para novas aquisições. "A rapidez da geração de caixa deverá nos dar condições (de ir às compras) a partir do segundo semestre", disse Bergamo.
Além dos resultados já realizados, a expectativa do executivo se fundamenta no cenário econômico futuro, que, segundo ele, se mostra favorável para os produtos comercializados pela Hypermarcas, que vão de desodorante a molho de tomate, passando por esmalte de unhas, antiácido e sabão em pó.
"Nosso maior risco é a inflação, que tem sido bem controlada. Além disso, temos conseguido baixar os juros, o que preserva o médio prazo do nosso segmento", explicou Bergamo.
A companhia apurou lucro líquido de R$ 76,3 milhões no primeiro trimestre deste ano, contra prejuízo de R$ 6,9 milhões registrado em igual período de 2008. Naquela ocasião, a perda se deveu a um desembolso extraordinário de R$ 61,8 milhões referente à amortização de ágio das aquisições.
Ainda assim, o desempenho operacional da companhia melhorou. Entre janeiro e março, a receita líquida somou R$ 384,7 milhões, alta de 72% ante os três primeiros meses do ano passado. O desempenho foi puxado pelas aquisições realizadas em 2008, que agregaram receita de R$ 129,8 milhões. Mesmo assim, quando utilizada a mesma base de comparação, a receita avançou 14% em um ano. A expectativa da empresa era de um salto de aproximadamente 7%.
Segundo Bergamo, entre as marcas adquiridas no ano passado, as que apresentaram os melhores desempenhos de vendas foram Risqué (esmalte de unhas), Biocolor (tintura para cabelo), Monange (creme hidratante), Estomazil (antiácido) e Bozzano (linha de produtos masculinos), além dos medicamentos Epocler e Engov.
O custo dos produtos pela empresa também mostrou alta importante, de 87,7%, fechando o primeiro trimestre em R$ 163,7 milhões. As despesas operacionais avançaram 76,5% no mesmo intervalo de comparação, para R$ 130,1 milhões.
Diante disso, o lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (lajida) ficou em R$ 102,1 milhões, o que representa uma alta de 43,2% ante o primeiro trimestre de 2008.
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